Não me recordo mais do teu gozo,
ficou apagado naquela ultima lagrima
que derramaste quando fechei a porta.
Dos meus livros também não me recordo mais,
nem das roupas que usava bem passadas,
nem do numero de teu telefone celular,
nem do código de 6 dígitos do alarme,
nem da conta do banco,
nem dos temperos da comida inventada a dois
quando fazíamos um jantar a luz de velas.
É que os amores sempre são assim,
eternos e frágeis enquanto nos engolimos na cama,
e brancos quando a memoria borra fotos de viagem
e não existem mais confidencias.
Já que o tempo escapa como vento
e que teu corpo já não é o mesmo,
nem o meu tão pouco,
o melhor é guardar as marcas do tanto que sofremos.
Mas de uma coisa me recordo bem...
E de outra também,
E por ultimo daquele segredo que guardamos tão bem os dois.
O problema é que não vale,
depois de esquecer tantas coisas nossas,
voltar a lembrar de tão pouco.